Bloco EVA e seu Carnaval [sob olhar de fã]

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Muita gente pode achar que foi somente mais um carnaval, mas não foi. No ano em que se comemorou os 25 anos do axé music, e os 60 anos do trio elétrico, comemoramos também os 30 anos do Bloco EVA que deslumbrou toda sua força, música, carnaval, poesia e popularidade. Não minorizando qualquer outro bloco, quaisquer outras multidões (até por que falamos do carnaval de Salvador, onde tudo se torna gigante), mas é no EVA que o nosso corpo conhece o êxtase que a música é capaz de proporcionar. Não falamos apenas em folia.

Durante os três dias na avenida, assistimos sob o céu azul brilhante de fevereiro, além de uma banda super empolgada e feliz, grandes encontros. Saulo convidou Moraes Moreira e em homenagem aos 60 anos do trio elétrico cantaram juntos "Pombo Correio" e "Chame Gente". Com Buck Jones e Márcia Short resgataram grandes sucessos como "Baianidade Nagô", "Faraó", "Força e Pudor", o hit "Eva", entre outros. Outro momento especial no bloco Eva foi o dueto de Saulo e Léo Santana do Parangolé, onde juntos cantaram o grande hit do verão "Rebolation", assim como "Favela", "Rua 15" e "Arerê".

Em todos os momentos o repertório se mostrava empolgante, e quem seguiu o EVA durante os três dias ouvia de tudo um pouco. Pensando no lado positivo, víamos um cantor capaz de puxar 6 horas de um trio com repertório próprio. Quando se arriscava em “homenagear” outros cantores da terra, o fazia com uma particularidade única. A música se transformava, algumas canções chegavam a emocionar aos que ali dividiam aquela emoção. São nessas horas que observamos porque as músicas do EVA sempre vão fazer parte do repertório. São muitas mãos pra cima, muita gente pulando e se envolvendo no mesmo ritmo. É impagável.

Incrível também era a passagem do bloco pelos becos e vielas, foi somente o trio dobrar as esquinas para que todo mundo entendesse a magia que é ver o EVA desfilar no carnaval.

Sentimos além, e falamos de poesia. Da poesia dos abraços na avenida, dos pés deixando o chão, das mãos quase alcançando o céu. Nosso Eva lindo. A coletividade, quase clichê, de tão pregada pelos nossos reis, ganha ali, a mais emocionante definição. Um tapete de carne e osso, formando um balé, que de tão sincrônico, parece ser ensaiado. Saulo jamais perderá suas glórias porque elas estão eternizadas, porque ele já fez história e principalmente porque nós o entendemos e não estamos na moda... Por que nossos pés podem continuar pisando na avenida, nossas bocas podem cantar qualquer outra música de carnaval e o arrepio surge com qualquer outro som. E que em 2011, muito mais gente possa desfrutar e se entregar a todas essas emoções, descobrindo o real e infinito prazer de sermos EVA.